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Quais direitos decorrem do dinheiro esquecido em banco?

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Muitas notícias recentes têm repercutido que brasileiros possuem dinheiro esquecido em bancos. O Banco Central criou um site para consultas sobre esses valores, que podem ser verificados por pessoas naturais ou empresas. A notícia é verdadeira! Mas, devemos tomar muito cuidado para evitar fraudes e golpes. Então, atenção:

O site é valoresareceber.bcb.gov.br e qualquer pessoa pode consultar se tem ou não dinheiro e também quais os procedimentos a serem realizados no caso de ter dinheiro. O próprio Banco Central adverte:

  • Fique atento para não cair em golpes:
  • O único site para consulta e solicitação desses valores é aqui (valoresareceber.bcb.gov.br).
  • O Banco entral NÃO envia links NEM entra em contato com você para tratar sobre valores a receber ou para confirmar seus dados pessoais.
  • NINGUÉM está autorizado a entrar em contato com você em nome do Banco Central ou do Sistema Valores a Receber.
  • Portanto, NUNCA clique em links suspeitos enviados por e-mail, SMS, WhatsApp ou Telegram.
  • NÃO faça qualquer tipo de pagamento para ter acesso aos valores. É golpe!
  • Muito importante: apenas depois que você acessar o sistema (ou se já o acessou nos dias 24 e 25/01) e somente no caso de pedir o resgate sem indicar uma chave Pix, a instituição financeira que VOCÊ escolheu entrará em contato para realizar a transferência. Atenção: mesmo nesse caso específico, essa instituição NÃO pode pedir que você informe seus dados pessoais NEM sua senha.

Os valores noticiados alcançam a soma de R$ 8 bilhões. É uma soma expressiva.

Alguns questionamentos se desdobram desses fatos: os bancos estavam utilizando esse dinheiro para investimentos, aplicações, gerando mais dinheiro aos bancos?

Foram cobradas taxas, tarifas sobre esses valores, descontando do montante que consumidores possuem?

Os bancos não deveriam informar os consumidores sobre os créditos que possuem?

Entre tantas outras perguntas, devemos questionar o que fizeram com tanto dinheiro por tanto tempo. Se, por exemplo, houve uso para investimentos e aplicações a partir de dinheiro dos consumidores e, também de empresas, os resultados desses investimentos e aplicações gerados a partir de dinheiro de consumidores e empresas não lhes deveria ser, ao menos parcialmente, destinado?

Efetivamente, são muitas as dúvidas que geram novas e novas perguntas. Uma coisa é certa: os bancos precisam melhorar e muito a transparência, precisam cumprir com seu dever de informar adequadamente os consumidores, precisam revelar o que fizeram com o dinheiro que deles não era e não é.

Portanto, ao verificarmos que temos algo a receber, após o recebimento no banco temos que fazer essas perguntas ao banco: quanto de tarifa e outros custos foram cobrados sobre esse dinheiro? Quais rendimentos tiveram com esse dinheiro? Qual o valor da época e qual o atual e como foi feita a correção? A partir dessas informações, pode ser interessante buscar por auxílio jurídico para entender se não há nada mais a receber…

por Flávio Caetano de Paula Maimone

Disponível em: www.olondrinense.com.br

Foto: Image by Pixabay